Efeito compensatório na hipóxia tissular

Em áreas isquêmicas, a PO2 pode atingir de 05 a 15mmHg, o que compromete a função e a sobrevivência celular. Um pouco acima ou seja, em torno de 20mmHg, compromete os processos regenerativos. Sabe-se que os fibroblastos, para sintetizar o colágeno e para se dividirem e migrar eficientemente, necessitam de tensão tissular de 30 a 40mmHg. Desta forma, a hiperóxia, permite a estimulação da atividade fibroblástica no tecido isquêmico, com desenvolvimento conseqüente da matriz de colágeno, indispensável para a neovascularização. O estimulo básico para a angiogênese é a hipóxia. No entanto, são requeridos níveis mínimos de oxigênio para que a síntese do colágeno seja eficiente e viável. A exposição diária por duas a quatro horas à hiperóxia, promovendo condições ideais para a neovascularização, seguida do período restante de hipóxia que continue a estimular a angiogênese, proporciona um esquema eficiente. Netas condições, processos refratários a regeneração devido à isquemia, passam a reagir e, lesões com complicações mostram processo regenerativo mais rápido. São os casos de ulcerações refratárias, queimaduras, enxertos, retalhos comprometidos e lesões por radiação, entre outros. Da mesma forma, a adequação da oxigenação permite a normalização da atividade de osteoblastos em tecidos ósseos comprometidos. As fibras musculares estriadas apresentam lesões irreversíveis após determinado período em níveis de hipóxia crítica, por exemplo, nas isquemias dos músculos esqueléticos. O tratamento com OHB de músculos estriados isquêmicos resulta na normalização do conteúdo e atividade de fosforilase, indicando preservação das células musculares. Neste caso, é evidente a diminuição do fluido de edema e lactato acumulados nas fibras e a normalização dos níveis de ATP e Fosfocreatina. Para as células do miocárdio, a situação é muito delicada, uma vez que distúrbios funcionais na atividade bioquímica celular, produzidos por isquemia, podem determinar arritmias e comprometimento grave da função cardíaca. O uso intensivo e intermitente da oxigenação hiperbárica, demonstrou eficácia na prevenção de arritmias e complicações pós-infarto do miocárdio. Para os neurônios, a hipóxia é ainda mais crítica, mesmo que por curto período. Por isso, a hiperoxigenação hiperbárica é muito favorável no atendimento de urgência nas primeiras horas após traumatismo medular ou craniano inclusive no AVC agudo.