Oxigenoterapia Hiperbárica como coadjuvante no tratamento das queimaduras

O uso da oxigenoterapia hiperbárica nas queimaduras começou quando Wada e Ikeda em 1964, notaram uma recuperação mais rápida em um grupo de mineradores que foram tratados de intoxicação por monóxido de carbono, em 1970 Grüber apresentou uma série de experimentos com ratos que foram colocados no interior de uma câmara hiperbárica e foram submetidos a 100% de oxigênio a uma pressão equivalente a 2 ou 3 Atmosferas, respectivamente.

Grüber observou que as áreas subjacentes aos tecidos queimados, apresentavam hipóxia e que comparadas com os tecidos submetidos ao oxigênio sob pressão apresentavam melhoras, este estudo sugere que a oxigenoterapia hiperbárica teve um efeito direto na fisiopatologia da pele queimada, o tecido queimado é uma lesão complexa caracterizada por uma zona de coagulação rodeada por uma área de estase e circundada por uma zona de eritema. A zona de coagulação ou completa oclusão capilar pode progredir até o fator 10 durante as primeiras 48 horas após a lesão. Necroses isquêmicas facilmente aparecem. Trocas hematológicas, incluindo placas de microtrombo e hemoconcentração ocorrem nos capilares venosos posteriores.

A formação do edema é rápida nesta área da lesão, porém se desenvolve distante do tecido lesado. Há trocas também ocorrendo na microvascularização distante, onde há a agregação de células vermelhas, a adesão de células brancas à parede celular, e ocorre a formação de placas de trombo. Este é um processo de isquemia progressiva que, quando colocado em movimento pode causar perigo durante os primeiros dias após as lesões. Recentes dados de Zamboni, sugerem que a oxigenoterapia hiperbárica é um potente bloqueador da aderência de células brancas e promove uma maior função na preservação da microcirculação em remodelação da reperfusão lesada. Isto pode promover uma área de fértil investigação e pode explanar o beneficial efeito da oxigenoterapia hiperbárica nos problemas microcirculatórios que aparecem nas queimaduras. A continuação dos danos aos tecidos termicamente lesados é devido a uma falha no suprimento de oxigênio ao redor das células com nutrientes necessários a sua viabilidade.

O impedimento da circulação abaixo da lesão leva a dessecação causada por trombose e obstrução dos capilares. Agentes tópicos e curativos podem reduzir, porém não previnem a dessecação da pele queimada e a progressão da lesão pode ser aprofundada. A regeneração não tem vez até que o equilíbrio seja reestabelecido; portanto, a cicatrização será retardada. O prolongamento da cicatrização é um processo que poderá levar a uma exagerada cicatriz: hipertróficas cicatrizes em 4% dos pacientes que levam 10 dias para cicatrizar, em 14% dos pacientes que cicatrizam em 14 dias e em 28% dos pacientes que levam 21 dias e acima dos 40% nos pacientes que levam mais de 21 dias para cicatrizar.

O tratamento das queimaduras que com o auxílio da oxigenioterapia hiperbárica, pode, mais diretamente minimizar o edema preservando a margem do tecido viável, promovendo o aparecimento de defesas e provocando o fechamento do tecido lesado. A oxigenoterapia hiperbárica pode atacar todos esses problemas diretamente mantendo a integridade microvascular, minimizando o edema e provendo essencial substrato necessário à vitalidade dos tecidos.